top of page

O precioso auxílio da Comunicação Não-Violenta na

Mediação de Conflitos

Quarta feira, 22 de maio de 2019

Eles estão por toda a parte... no trabalho, dentro de casa, no condomínio, na escola das crianças... mas normalmente é tão temido que não é nomeado, ou é negado...

Conflito? Não... aqui não tem conflito... as coisas são assim mesmo...

Você já ouviu ou disse isso? O que será que nos leva a negar ou a não perceber um conflito?

Para boa parte da população é querer paz e harmonia, é não precisar se indispor com o outro. Já outra parte se alimenta dos conflitos entendendo que “isso não é conflito”, “é natural, é assim mesmo...”

A questão é que se o negamos querendo paz, na verdade surge a “morte”, a falta de oportunidade de desenvolvimento, de poder dialogar com o outro ajudando a ele e a nós mesmos. A paz não está no isolamento, mas sim no resolver de uma situação. E se, de outro lado, achamos normal, corremos o risco de também deixar de aprender com a situação e nos desenvolvermos percebendo os impactos que causamos no outro.

Friedrich Glasl, em sua obra “Autoajuda em Conflitos”, define um conflito quando: “pelo menos um ‘ator’ (...ou seja, uma pessoa, grupo etc.) vivencia a diferença de modo a sentir-se estorvado, pela ação do outro ‘ator’, para viver ou realizar as próprias imaginações, sentimentos ou propósitos.”

No artigo de 01.05.19 onde escrevi sobre julgamento, trouxe um pouco sobre as diferenças que temos entre o que cada ser humano pensa, sente e quer. E aqui está a base para reconhecermos quando estamos em um conflito e como resolvê-lo.

Poder reconhecer que estamos em um conflito demanda verdade, coragem e autenticidade. Porque é primeiro olhar para dentro.

A definição de Glasl nos ajuda a reconhecer que não temos como lidar com um conflito sem olharmos para nós, sem reconhecermos a situação envolvida e o NOSSO SENTIMENTO em relação àquilo.

E neste momento, normalmente, surge o auto julgamento. É como eu me olhar no espelho e ver aquela “espinhazinha” ou aquele “cravinho” indesejado e querer arrancá-lo de lá. Dizer-me horroroso no todo por causa “daquilo”.

Temos diversos sentimentos e o outro não é responsável pelo que eu sinto. O outro é somente responsável pelo que ele faz ou deixa de fazer. Como eu me sinto em relação àquilo é minha responsabilidade.

E então surge a grande chave:

AUTO EMPATIA PRIMEIRO

Ouso dizer que é difícil, se não impossível, conectar-se com o outro se não me conecto comigo primeiro. Se eu não puder reconhecer o meu sentimento e a minha necessidade e acolhê-los, não conseguirei fazer o mesmo com o outro e o conflito persistirá.

Muitas vezes, de resolver só comigo, o conflito já se resolve em si, pois mudamos nossa atitude frente ao mundo.

Se isso é verdade? Que tal experimentar?

por Gleice Marote

SELF EMPATHY FIRST (1).png
bottom of page